domingo, 19 de setembro de 2010

A história de quem já amou

Boa madrugada pessoal, estou aqui para postar um livro que eu estava escrevendo, mas parei na primeira página...

Bem, está na primeira pessoa, mas não é uma auto-biografia, então, os fatos aqui postados não ocorreram comigo.


Então, lá vai.



A história de quem já amou.


Em toda minha vida, sempre fui influenciado por meus amigos e familiares. Eles sempre falavam o que era certo ou errado, o que era bom ou ruim. Agora percebo que isto tudo valeu a pena. Percebo que sempre tive o apoio de quem eu amo, e de quem já amei. O amor sempre nos guia para o melhor caminho.

O ingrediente principal para a vida continuar a passar, é o amor. Sempre se deve estar amando alguém, pois é isso que nos da força para continuar. Hoje tenho 34 anos, sou paraplégico, e não tenho medo, nem da vida, nem da morte.

Eu moro no Rio de Janeiro, capital. Locomovo-me pela cadeira de rodas. Eu adorava jogar futebol com meus amigos, na praça em frente a minha casa. Após um atropelamento de ônibus, eu fiquei assim, sem poder locomover minhas pernas. Eu costumava trabalhar em uma empresa longe da minha casa, como programador, mas, agora que não posso ir até lá, chegando no horário, eu trabalho em casa, no meu computador, programando e programando...

Fui largado pela minha namorada, logo após ficar assim. Um sinal de preconceito, muito comum no Brasil. Ela dizia que se eu não pudesse andar, não poderia fazer nada na vida. Ela não sabe como isso me magoou. Agora não há mais tempo pra dizer pra ela.

Meu pai faleceu quando eu tinha seis anos. Talvez seja por isso que sempre fui isolado na minha infância, sem ter com quem conversar. Tive meu primeiro amigo com onze anos. Eu estava na lanchonete da escola, sozinho, comendo meu almoço, quando ele apareceu, se sentou do meu lado, e nós começamos a conversar. Ele se chama Felipe dos Santos. Hoje ele tem 32 anos, e eu o vejo todo dia, indo para o trabalho, feliz. Possui mulher e filhos, e trabalha como Arquiteto. Desde pequeno, adorava desenhar.

Esta história não se baseia na dor, nem na tristeza. Só quero desabafar, falando das coisas que me aconteceram, e que pode acontecer com todo mundo. Mas, como qualquer muralha, nem por mais forte que seja, todo obstáculo pode ser enfrentado. Independente de raça, sexualidade ou religião, todo ser humano pode ser forte, assim como eu fui, e continuo sendo.


                                                           

                                                                 Espero que tenham gostado, e até a próxima.